terça-feira, 28 de maio de 2013

A caxirola prova. Os brasileiros são muito mais selvagens do que os sul-africanos.

Por Cosme Rimoli
1efe8 A caxirola prova. Os brasileiros são muito mais selvagens do que os sul africanos. Proibir o chacoalho de Carlinhos Brown foi a melhor medida para a Copa das Confederações. O negócio de R$ 3 bilhões implodiu...
A caxirola é a prova.
Os brasileiros são muito mais selvagens que os africanos.
Antes de embarcar para a África do Sul recebi mil avisos.
Amigos e familiares preocupados com tudo.
Violência urbana, acomodações, mobilidade até com a água que beberia.
Tinha um grande medo em relação à conexão.
Passei vergonha.
Foi tudo muito tranquilo.
Policiais cuidaram bem demais dos jornalistas estrangeiros, dos turistas.
As estradas, excelentes.
Hotéis muito confortáveis.
Internet dez vezes melhor do que a nossa.
Acompanhei o Brasil de Dunga nas desventuras dentro do campo.
Fora dele só um grave problema.
Nunca passei tanto frio na minha vida.
Foi na inesquecível terça-feira 15 de junho em Joanesburgo.
No Ellis Park, estádio aberto.
A temperatura chegou a um grau.
Os dedos congelavam na hora de retratar a partida no teclado.
Mas me chamou a atenção, como não poderia de ser as vuvuzelas.
Os africanos assopraram as cornetas de plástico durante o jogo todo.
Durante todo o Mundial.
Foi uma tortura.
Mas ainda na África pensei.
Nenhuma delas foi jogada ao gramado.
E a África do Sul de Parreira foi eliminada na primeira fase.
Não, elas continuaram nas mãos dos torcedores.
Foi um gesto de civilidade.
A Fifa proibiu as vuvuzelas por causa da televisão.
E dos jogadores.
O barulho era ensurdecedor.
Ninguém levantou a possibilidade delas serem jogadas no gramado.
Aí a Copa chegou ao Brasil.
E no início deste ano, a surpresa.
Carlinhos Brown apresenta ao mundo a caxirola.
Chacoalho que ganhou a aprovação do governo brasileiro.
O ministro dos Esportes Aldo Rebelo a defendeu emocionado.
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A presidente Dilma Rousseff a chacoalhou ternamente.
A ministra Marta Suplicy fez questão de dançar com o instrumento.
A empresa The Marketing Store tinha outros interesses.
Ela é responsável pela fabricação das embalagens da rede Mc Donald's.
Em todo o mundo.
Conseguiu a exclusividade de fabricação das caxirolas junto à Fifa.
O plano envolvia R$ 3 milhões.
Seriam fabricadas cem milhões de unidades até a Copa do Mundo.
Ao preço de R$ 30,00.
O instrumento de plástico era ridículo.
Mas gosto é gosto.
Carlinhos Brown já sonhava com o som delas acompanhando o hino nacional.
Ou fazendo as primeiras olas sonoras da história.
Vai continuar sonhando.
Graças à falta de civilidade dos brasileiros.
Ele foi um fracasso no primeiro evento que participou.
Foi no clássico Ba-vi, da Fonte Nova.
No evento oficial da Fifa.
A nova arena viu a vexatória primeira chuva de caxirolas que se tem notícia.
O Bahia perdia para o rival Vitória.
No intervalo, os torcedores descontaram sua raiva de maneira absurda.
Jogaram os instrumentos para o gramado.
Foi deprimente.
Os jogadores tiveram de recolher centenas delas.
As fotos rodaram o mundo.
A primeira reação partiu da PM baiana.
O instrumento foi banido dos estádios de lá.
Logo os comandos policiais de todo o Brasil se preparam.
Torcedores não podiam levar os instrumentos para os jogos.
Policiais alertavam.
Os pedaços de plástico dentro da caxirola poderiam ser substituídos.
Havia o medo que fossem substituídos por fragmentos de ferro.
Virariam armas que poderiam machucar e muito os outros torcedores.
Ou os jogadores.
Estava claro o que poderia acontecer.
E hoje ela acaba de ser vetada da Copa das Confederações.
Também deve ser o seu destino no Mundial.
Está implodido o plano da Market Store.
A produção que acontecia em São Paulo será suspensa.
Um negócio de três bilhões de reais.
Que tinha não só a autorização do governo.
Mas seria um dos símbolos da Copa do Mundo.
Foi vetada.
A medida foi correta.
E vai além da falta de bom senso de Aldo Rabelo.
Foi pura ingenuidade.
Desconhecimento do quanto violenta está a sociedade neste país.
Os organizadores do Mundial chegaram à conclusão óbvia.
Não poderiam confiar nos torcedores.
Seria correr um risco de o Brasil ser desmoralizado mundialmente.
Bastaria outra chuva de caxirolas na Copa das Confederações.
Com todo o planeta assistindo.
Ainda mais com o fraco desempenho da Seleção de Felipão.
Venceu a precaução, o bom senso.
Mas ficou clara, escancarada a situação.
O brasileiro é muito mais selvagem que os sul-africanos.
Principalmente violento.
E não se coloca na mão de gente violenta algo em formato de granada.
Que possa ser atirado no gramado ou no torcedor ao lado.
Foi um vexame.
Mas acabaram abortados outros que poderiam ser muito maiores.
Na Copa das Confederações ou no Mundial de 2014.
No Morumbi os torcedores já atiraram bandeiras do Brasil no gramado.
Um pedaço de plástico seria o de menos.
Mas isso não irá acontecer.
Estamos todos livres da caxirola...

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